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Nos últimos cinco anos aproximadamente 45% das vítimas mortais em acidentes rodoviários na União Europeia foi registada em arruamentos de zonas urbanas. Cerca de 1500 pessoas morrem anualmente só nas capitais dos 27 Estados Membros. Em Portugal, no mesmo período, cerca de 70% dos acidentes ocorreram em zona urbana, originando anualmente 380 vítimas fatais (44% do total) e 1850 feridos graves (59% do total). A sinistralidade rodoviária dentro de localidades é, assim, um problema sério cuja evolução não tem sido tão satisfatória como a conseguida nas estradas interurbanas.
No espaço urbano, a segurança rodoviária não é unicamente um aspecto da qualidade do funcionamento do sistema de transporte, mas também um reflexo da qualidade do desempenho de outras funções urbanas, afectando aspectos como a qualidade de vida das populações, a coesão social e a equidade na forma como as cidades são desfrutadas pelos seus habitantes. Trata-se, em suma, de um problema com impacte na sustentabilidade social das cidades cuja mitigação impõe abordagens holísticas ao nível do espaço físico, do envolvimento administrativo e da interdisciplinaridade, requerendo a complementaridade das acções dos técnicos profissionais com as dos decisores políticos e com as inerentes à intervenção cívica dos cidadãos.
Com o presente seminário pretende contribuir-se para uma maior sensibilização sobre a importância deste problema, através da caracterização das suas diversas vertentes e da divulgação de soluções fundadas em exemplos de boas práticas aos níveis nacional e internacional. Nesse sentido apresentam-se medidas e ferramentas disponíveis para mitigação de forma eficiente da sinistralidade rodoviária dentro de localidades, quer por intermédio de actuações correctivas nas infra-estruturas, quer através do aproveitamento de políticas de intervenção urbanas para potenciar os aspectos de segurança rodoviária no quadro da melhoria da qualidade de vida dos habitantes.